Há pessoas que gostam de festejar qualquer acontecimento mesmo que seja a coisa mais banal serve sempre para fazer um brinde, juntar a família, os amigos e lá vai brinde.
Eu devo ser diferente de todos, este dia para mim é só para contar mais um, é aquele dia que todas as mulheres gostam de festejar, pois todas elas gostam de subir ao altar com aquele que amam e juram amar eternamente.
Nem no dia dessa celebração, se bem me lembro, nem nesse dia eu devo ter sido feliz, feliz fui, mas com o sonho de que a felicidade era outra coisa, que não tivesse tido tantos atropelos pelo caminho.
Mas passados estes anos, vejo esse dia de uma maneira diferente, a experiência desta vida, já é alguma, não direi muita, pois ainda quero ir mais longe e contar muitos.
Este dia para mim traz-me sempre alguma tristeza.
Casei no dia em que o meu pai fazia anos e era domingo de Páscoa.
Já perdi o meu pai, neste dia ia sempre levar-lhe um bolinho e ele dizia-me, lembras-te daquele domingo de Páscoa, recordávamos sempre este dia os dois a rir.
Talvez se fosse agora nunca teria escolhido esse dia, mas na altura para todos foi com grande alegria, ele porque adorava festejar o seu aniversário e eu porque queria casar.
O meu vestido era tão bonito e foi feito por uma estilista muito conceituada na praça, os sapatinhos feitos por medida, o bolo foi lindo tinha uns cisnes lindos, foi a primeira vez que o pasteleiro fez aquele bolo, e mais não digo, porque já me correm as lágrimas de saudade.
Esse casamento ainda se mantêm, mas nem eu nem ele, somos pessoas de grandes festejos, do enlace deu um lindo rebento, coisas de uma vida.
Se fosse hoje não me casava, nem sequer teria filhos, a vida é muito complicada, ou melhor, nós complicamos tudo.