Não se deve prometer aquilo que não se pode cumprir.
Ainda não li o artigo, mas já sei a verdade.
Teve o desfecho que se esperava, há certas promessas que não se podiam cumprir, não se prometiam.
Se o vencedor fosse o outro a promessa seria cumprida.
Comprei uma batalha há cerca de uns anos (muita água passou, passou, passou…por baixo da ponte e como nada foi resolvido a afamada água foi parar ao mar e não sei em que oceano ou mar ela se perdeu), a batalha tem sido muito difícil de travar, (tem sido como um carro velho que vai e volta da oficina e cada vez está pior).
Há batalhas que nunca se dão vencidas, podem até durar uma eternidade o pior é quando essa batalha se tornar numa guerra (várias batalhas).
Nas batalhas que foram travadas, certamente houve vencidos e vencedores, mas enquanto ninguém se assumir como vencido, isto vai mesmo durar uma eternidade que não leva, nem nunca levou a lugar nenhum, mas enquanto a água continuar a passar por baixo da ponte, e a ir parar a um mar desconhecido, sem que alguém ponha uma represa nessa torrente, tudo continuará assim, sem fim à vista, mas a compreender que tudo isto não leva a nada na vida, só ao desgaste, à tristeza, à solidão e até à loucura.
Houve guerras que duraram dias, meses e anos, esta já vai em anos e feita de muitas batalhas, posso até dizer que muitas foram tenebrosas, mas enquanto não houver puder de decisão, respeito pelos próprios intervenientes e seriedade, nunca será levantado o machado de guerra e declarada a paz.
Nunca na minha vida esperei que para se vencer ou perder uma guerra tivessem que haver tantas batalhas inglórias, mas cada um é que sabe até quando e até que ponto deve lutar, mesmo sabendo que há muito a guerra já foi perdida e talvez as armas bem arrumadas.
Um esbarra e outro espeta, mas espeta o quê?
Só não vê quem não quer.
Para mim a minha guerra já terminou, as batalhas dei-as umas por vencidas outra por derrotadas, e já pus as armas no contentor.
Não vale a pena malhar em ferro frio, nos dias de hoje por certas e determinadas coisas, só sofre quem quer, ou quem não sabe ser determinado e gosta de ser usado.
Abdiquei de muito na vida, sei que fui amada, mas usada e enganada não, isso não, ainda hoje eu canto de galo e fica mas minhas mãos o puder de decisão das grandes coisas, nunca me deixaria arrastar desta maneira.
Nas raízes do meu pensar nasceram tantas coisas com o passar do tempo. Algumas amadureceram e se fizeram fortes, claras, verdades para mim. Outras deixaram se embrenhar nas dúvidas de palavras, de gestos, de sentimentos.
A dúvida apodera-se de mim constantemente e faz da sua melhor amiga a minha insegurança.
Nas ramificações do meu pensar pulsa o meu sentir, que por todos os meios tento não notar que ele deveras existe.
Não olho às impossibilidades, porque a realidade intromete-se entre mim e o mundo imaginário que construí com o meu querer oculto.
Ninguém sabe, nem eu sei tudo que faz parte dessa terra que se esconde por detrás do tronco do meu raciocínio.
Existe muito terreno virgem, por explorar.
E eu tenho medo de pisar caminhos movediços que me façam cair naquele lugar que, na verdade, sonho em me perder, o amor.
E a desconfiança do Mundo me fez assim, amedrontada.
Medo é o grande componente do meu pensar.
O que me faz andar, o que me faz parar.
Não quero ser sua marioneta, não quero ser isto. Quero ser tudo que me compõe.
Tal como uma orquestra não sobrevive sem as suas cordas, as suas mãos, e todos esses outros instrumentos, eu quero ser a sinfonia suprema do maior génio dentre todas as minhas células.
Mas deparo-me com estas dúvidas.
É que, simplesmente.
Não sei o que querem de mim.
Não sei se serei, se serás, se seremos, se serão.
Afinal quem sou eu?
Perdida entre a monotonia dos dias, o tempo não me é escasso.
Desenho possibilidades, esboço sorrisos, planeio fugas. Quem me impede? A minha imaginação é livre.
Quem dera que um terço dos prados férteis da minha imaginação se materializassem à minha frente.
Que bom seria se o mundo tivesse outras cores.
Imagino tal parceria entre mundos tão distintos, e sei.
Eu sei que o que peço não faz sentido.
A imaginação é algo tão precioso porque se esconde em nós, que nem criança traquina escondendo-se atrás de um tronco de uma árvore.
Nós, adultos, olhamos para a criança, e o seu olhar excitado, encarando isso como uma simples brincadeira de criança.
Mas quem poderá alguma vez imaginar o que aqueles olhos vêem?
Atrás daquelas árvores não está só a criança traquina, está também um outro mundo completamente misterioso e fascinante.
A imaginação é isso, é a criança traquina dentro de nós.
A criança só quer ser feliz.
E não arranja motivos para o ser, somente o é.
E a principal razão para isso é porque a criança não coloca rédeas à imaginação.
Deixa-a a correr solta, deixa-a ser livre.
A criança ama a liberdade.
A criança ama com a maior das facilidades, porque vive, porque é simplicidade.
Como gostava de ser simplicidade.
Como gostava de soltar as rédeas à criança que há em mim.
Por vezes consigo.
Consigo ser feliz, não tendo uma causa para tal. Simplesmente sou.
Quero tanto me perder.
Quero tanto que alguém me encontre.
Quero me apaixonar.
Não pensar no amanhã, não perseguir o que me pode fazer feliz, até esgotar todas as hipóteses.
Quero simplesmente ser.
"O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência.
E é assim o meu amor por ti.
E é assim que eu te amo, sem entender nada, mas imaginando tudo."
Ainda existem serviços que têm um certo carinho pelos seus utentes, ou então a biblioteca da minha cidade, tem uns miminhos para os seus utentes.
Quando lá vou requisitar livros para ler, têm junto ao balcão marcadores de páginas, para os utentes se quiserem trazer, podem trazer, são oferecidos.
Num lado a identificação da biblioteca e no verso tem um poema de um escritor português, hoje o que tenho no meu livro de cabeceira tem o seguinte poema:
Qualquer música
Qualquer música, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!
Qualquer música – guitarra,
Viola, harmónio, realejo…
Um canto que se desgarra…
Um sonho em que nada vejo…
Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida…
Que eu não sinta o coração!
Fernando Pessoa
Com todos estes miminhos faz com que os utentes mais atentos relembrem aquilo que lhes foi ensinado nos bancos da escola e que agora vai caindo em desuso.
O livro que estou a ler é Os Pecados de Lord Easterbrook de Madeline Hunter.
Gosto de ler os seus livros, já li Jogos de Sedução e Regras de Sedução, achei muito interessantes e depois do que estou a devorar, já tenho em vista mais dois da mesma escritora, são livros intensos marcados por escândalos, intriga, desejos secretos, vingança, nada em demasia e com uma escrita muito fluida.
Gosto desta escritora.
Eu costumo dizer que a leitura aquece a alma e não engorda.